Onde houver ódio, que eu leve o Amor.

Nas primeiras semanas do mês de setembro de 2015 uma fotografia rodou o mundo gerando comoção e burburinho na mídia internacional. Trata-se do registo do corpo morto de um garoto sírio, que ao tentar chegar à Europa com seus familiares numa embarcação precária afogou-se e foi arrastado pela correnteza marítima até as margens de uma praia turca.
Com a reprodução massificada desta imagem pela mídia global e na internet ,o tema sobre as guerras no oriente médio e as migrações para a Europa ganharam espaço nos debates brasileiros. Os tabloides brasílicos na ultima sema não cessam de veicular notícias sobre a situação sócio-política dos países em guerra no oriente médio e dos desterrados que buscam refugio na Europa.
Gostaria de utilizar de uma metáfora para melhor compreensão da ideia central deste texto: A depender da correnteza,  matérias que estavam no fundo do oceano são elevadas à superfície marítima, do mesmo modo que as matérias que por ventura estejam na superfície do mar podem ser arrastadas para o fundo do oceano. Assim a mídia funciona, notícias se viralizam e ganham o centro da atenção  por serem exaustivamente midiatizadas e com a mesma velocidade estas são sobrepostas por outras notícias. Temos aí um reflexo da contemporaneidade, a  qual o sociólogo polones Zygmunt Bauman conceitua como os "Tempos Líquidos"¹, onde " Nada é feito para durar"¹. 
A imagem do pequeno garoto sírio é o sombrio registro  de um série de conflitos armados que hoje acontece no mundo inteiro. Na Síria, país da criança, o conflito que já perdura quatro anos teve seu estopim na guerra civil que derrubou o ditador Bashar Al-assad e criou um panorama de conflitos armados entre grupos fieis ao  antigo regime e setores revoltosos que ganharam força na fissura política que se abriu no país. a queda do ditador abriu espaço para que grupos religiosos extremistas se organizassem, como por exemplo o Estado Islâmico. A democracia aos moldes ocidentais não chegou com a primavera árabe. Hoje os conflitos armados atingem não apenas a Síria, mas o Afeganistão, Eritreia, Somália, entre outros países, cada qual com seu contexto específico que guera guerra mas todos ligados ao panorama global dos países em conflitos.
O papa Francico, grande vanguardista na luta pela renovação das políticas migratórias da união europeia, fala ao mundo e em espcial à Europa, não apenas do lugar de chefe do Estado vaticano, mas sobre tudo como herdeiro do legado de Pedro e pastor de 1,254 bilhões de católicos pelo mundo inteiro. Urge que nós catolicos, sobre tudo os que fazem a Familía Franciscana, nos posicionemos políticamente contra  as guerras que fazem da nossa "casa comum" um lugar de segreção e opressão de milhares de irmãos e irmãs que sofrem as mazelas da falta de Amor ao próximo. Posicionar-se políticamente é tomar posição de escolha, é não deixar que as guerras sejam assuntos que em um curto espaço de tempo fugirá de nossas mentes, será subistituido por outro tema que a mídia trabalhará exaustivamente. Sabendo que somos portadores da paz e do bem, não podemos esquecer de partir do discurso à pratica. É um ensinamento do nosso pai seráfico que começemos a fazer o que nos é possivel e assim caminharemos a fazer o que é impossivel, de certo não conseguiremos acabar com as guerras ou abrigar todos os que fogem de sua natal pátria rumo à Europa, mas com toda certeza nos é possível ajudar as obras da igreja em Roma que arrecada fundos para  manter os serviços de ajuda humanitária, ou ainda é possível que façamos reflexões em nossas fraternindades locais de JUFRA e OFS, em nossos distritos, regionais, Áreas. Não deixar que a avalanche de informações, típica da pós modernidade condicionem nossos sentimentos ao sentir e deixar de o fazer de forma instantanea. Que ao rezarmos a orção de são francisco as palavras sejam inspiração para a caminhada franciscana e para o nosso posicionamento na sociedade, onde houver ódio, guerra, ofensa, que sejamos sempre construtores e contrutoras do Amor, da Paz e do Bem.  
José Matheus Mariano
Secretário local de DHJUPIC
Fraternidade Mundo novo/Cabo de Santo Agostinho