CAMINHADA EM FAVOR DA REFORMA POLÍTICA DEMOCRÁTICA TERMINA COM ENTREGA DAS ASSINATURAS JÁ COLETADAS À CÂMARA FEDERAL
Em Brasília, a manhã desta quarta-feira (20) foi marcada por
caminhada e ato cultural realizados pela Coalizão pela Reforma Política
Democrática e Eleições Limpas. Mais de duas mil pessoas se reuniram em frente à
Catedral Metropolitana para compor o Bloco da Reforma Política, que seguiu rumo
ao Congresso Nacional em protesto contra o financiamento de campanhas
eleitorais por empresas. O ato fez parte do Dia Nacional de Mobilização Contra
a Constitucionalização da Corrupção.
A animação do evento contou com a participação do grupo
teatral Imaginário Cultural. Bonecos gigantes vestindo ternos com logomarcas de
empresas, seguidos por homens que carregavam sacos de dinheiros em carrinhos,
representaram o financiamento empresarial de campanhas. O carro de som tornou o
clima ainda mais carnavalesco, como forma de simbolizar a fala do relator da
Comissão da Câmara dos Deputados para a Reforma Política, deputado Marcelo
Castro (PMDB-PI), ao afirmar que teve de trabalhar “em ritmo de frevo” para
cumprir o prazo de elaboração do relatório.
A proposta do relator Marcelo Castro, que constitucionaliza
o financiamento de campanhas por empresas e cria o “distritão” para a eleição
de deputados e vereadores, também foi alvo de protesto. “O relatório da
Comissão da Câmara dos Deputados para a Reforma Política não tem sintonia com a
sociedade. O que está em curso no Congresso é uma antirreforma, uma tentativa
de constitucionalizar a corrupção”, afirma Aldo Arantes, secretário-geral da
Comissão Especial de Mobilização para Reforma Política da OAB.
Na parte da tarde, após a caminhada, foi realizada a entrega
das assinaturas já coletadas em favor da Reforma Política Democrática. Apesar
de ter sido solicitada audiência com o presidente da Câmara, deputado Eduardo
Cunha (PMDB-RJ), a Coalizão não foi recebida. Ainda assim, houve a entrega à
Câmara Federal das 630.089 assinaturas (entre físicas e eletrônicas). É
importante ressaltar que a coleta de assinaturas continua.
“Jamais perderemos a esperança”, afirma o presidente da
Comissão para Acompanhamento da Reforma Política da CNBB, dom Joaquim Mol. “Que
este Congresso Nacional veja que as mais de 600 mil assinaturas representa a
vontade do povo brasileiro em mudar. A democracia brasileira só tem como
avançar se as empresas forem extirpadas de vez da política.”
O Projeto de Lei de Iniciativa Popular da Coalizão apresenta
uma proposta de representação política mais identificada com a maior parte da
sociedade, tendo como quatro pontos principais a extinção do financiamento das
campanhas por empresas, a paridade de sexo, eleições proporcionais em dois
turnos e aperfeiçoamento de mecanismos de democracia direta.
Jovita Rosa, presidente do IFC e membro do MCCE, enfatiza a
importância da proposta da Coalizão ao relembrar conquistas obtidas na política
através de Projetos de Lei de Iniciativa Popular: “Com a Lei 9840, melhoramos
as eleições e tornamos crime a compra de votos. Com a Lei da Ficha limpa,
melhoramos a qualidade dos candidatos. Agora precisamos limpar as eleições do
dinheiro sujo que vem das empresas”.
Fonte: Reforma Política Democrática
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