Memória dos 19 Trabalhadores Rurais Sem Terra assassinados em Eldorado dos Carajás-PA
No dia 17 de abril de 1996, esses 19 Sem Terra (que morreram no local) foram barbaramente assassinados por uma operação da Polícia Militar, no município de Eldorado dos Carajás, no Pará. O Massacre de Eldorado dos Carajás, que ficou conhecido internacionalmente, continua impune, sem que nenhuma pessoa fosse presa mesmo já tendo passado 16 anos.
O governador da época, o Sr. Almir Gabriel (PSDB-PA), determinou a repressão que contou com um contigente de 154 policiais da PM do Pará, comandados pelo Coronel Pantoja e o Major Oliveira. Consta dos autos do processo, segundo o advogado dos policiais, de que as despesas de traslado da tropa foi paga pela empresa Vale.
Em 2002, durante júri popular, os comandantes Cel. Pantoja e Major Oliveira foram condenados a mais de 200 anos de prisão. Recorrerram e aguardam até hoje em liberdade.
Abaixo, veja os nomes e as circunstâncias dos assassinatos:
1. ALTAMIRO RICARDO DA SILVA, 42 anos, casado, agricultor, filho de Juventino da Silva e Filomena Maria da Silva. O laudo cadavérico comprovou que sua execução ocorreu após ter caído ao solo em virtude dos disparos recebidos nas pernas.
2. ANTONIO COSTA DIAS, 27 anos, casado, filho de Conceição Alves de Souza (não consta o nome do pai). Morreu com dois tiros no peito.
3. RAIMUNDO LOPES PEREIRA, 20 anos, solteiro, (não consta a filiação). Morreu com três tiros, dois na cabeça e um no peito. Havia marcas de tentativa de defesa.
4. LEONARDO BATISTA DE ALMEIDA, 46 anos, casado, filho de Raimundo de Souza e Luiza Batista. Morreu devido a agressão no rosto de algum instrumento pérfuro-cortante (faca, punhal, etc).
5. GRACIANO OLIMPIO DE SOUZA (BADÉ), 46 anos, casado, (não consta a filiação). O laudo cadavérico descreve a morte como decorrente de tiro na cabeça. Foram encontradas ainda lesões típicas de defesa, caracterizando execução sumária.
6. JOSÉ RIBAMAR ALVES DE SOUZA, 22 anos, filho de Miguel Arcanjo de Souza e Luzia Alves de Souza. Descreve o laudo cadavérico que foi alvejado com dois projéteis de arma de fogo, um dos quais, à “queima-roupa”, pois o tiro se apresentava como sendo de perto, perfazendo uma trajetória de cima para baixo. O outro na região lateral direita do abdomen.
7. OZIEL ALVES PEREIRA, 17 anos, solteiro, filho de Alderino Alves Pereira e Luiza Alves Pereira. Consta dos autos o depoimento de nove testemunhas que afirmam terem presenciado a detenção de Oziel. A vítima foi presa, algemada e espancada pelos policiais militares Pargas, Pinho e Vanderlan, na companhia de outros dois PMs. Conduziram-no arrastado pelos cabelos até um ônibus da empresa Transbrasiliana. A vítima foi algemada com as mãos para trás, impossibilitando qualquer meio de defesa. O laudo cadavérico descreve quatro tiros, três na cabeça e um no peito.
8. MANOEL GOMES DE SOUZA, 49 anos, casado, (não consta a filiação). A vítima recebeu, segundo laudo, três disparos de arma de fogo, todos na cabeça, caracterizando a vontade deliberada de execução.
9. LOURIVAL DA COSTA SANTANA, 26 anos, casado, filho de José Ferreira Santana e Francisca Xavier da Silva. Recebeu um disparo de arma de fogo no peito, perfurando o coração.
10. ANTONIO ALVES DA CRUZ, 59 anos, casado, filho de Cristina Alves de Souza (não consta o nome do pai). Segundo o laudo cadavérico, a vítima recebeu dois disparos de arma de fogo no peito.
11. ABÍLIO ALVES RABELO, 57 anos, casado, filho de João Rabelo e Rosália Rabelo. Morreu com seis tiros, em diversas regiões do corpo.
12. JOÃO CARNEIRO DA SILVA, fotógrafo, morava em Parauapebas (não constam outros dados). O laudo cadavérico descreve como causa da morte o esmagamento do crânio e também dos ossos do braço.
13. ANTONIO, CONHECIDO COMO “IRMÃO”, (não constam outros dados). Morreu com três tiros pelas costas, sendo um no pescoço.
14. JOSÉ ALVES DA SILVA, 65 anos, viúvo, filho de Carlito Alves da Silva e Januária da Silva. O laudo cadavérico informa que a causa da morte é hemorragia na região do toráx. O projétil fez um trajeto da esquerda para a direita, de diante para trás e de cima para baixo. Caso típico de execução sumária.
15. ROBSON VITOR SOBRINHO, 25 anos, casado, filho de Maria Antonia Vitor Sobrinho (pai não declarado). O laudo descreve que a vítima foi alvejada por quatro tiros, dentre eles, dois foram disparos à “queima-roupa” pelas costas. As “zonas de tatuagem” encontradas nas costas do vitimado atestam e confirmam a execução.
16. AMÂNCIO DOS SANTOS SILVA, 42 anos, solteiro, filho de João Rodrigues e Laurinda Rodrigues da Silva. O laudo cadavérico descreve como causa da morte hemorragia intracraniana.
17. VALDEMIR FERREIRA DA SILVA, conhecido como “Bem-Te-Vi”, (não constam outros dados);
18. JOAQUIM PEREIRA VERAS, 32 anos, solteiro, filho de Raimundo Souza Sobrinho e Adelaide Maria Conceição. O laudo cadavérico relata duas feridas características de orifícios de entrada de projéteis de arma de fogo.
19. JOÃO RODRIGUES ARAÚJO, (não consta a idade), casado, (não consta a filiação). Morreu de hemorragia, em consequência de ter recebido dois tiros nas regiões dos braços e várias apunhaladas de arma branca (punhal, faca, etc), nas regiões das pernas.
Fonte: www.mst.org.br
O governador da época, o Sr. Almir Gabriel (PSDB-PA), determinou a repressão que contou com um contigente de 154 policiais da PM do Pará, comandados pelo Coronel Pantoja e o Major Oliveira. Consta dos autos do processo, segundo o advogado dos policiais, de que as despesas de traslado da tropa foi paga pela empresa Vale.
Em 2002, durante júri popular, os comandantes Cel. Pantoja e Major Oliveira foram condenados a mais de 200 anos de prisão. Recorrerram e aguardam até hoje em liberdade.
Abaixo, veja os nomes e as circunstâncias dos assassinatos:
1. ALTAMIRO RICARDO DA SILVA, 42 anos, casado, agricultor, filho de Juventino da Silva e Filomena Maria da Silva. O laudo cadavérico comprovou que sua execução ocorreu após ter caído ao solo em virtude dos disparos recebidos nas pernas.
2. ANTONIO COSTA DIAS, 27 anos, casado, filho de Conceição Alves de Souza (não consta o nome do pai). Morreu com dois tiros no peito.
3. RAIMUNDO LOPES PEREIRA, 20 anos, solteiro, (não consta a filiação). Morreu com três tiros, dois na cabeça e um no peito. Havia marcas de tentativa de defesa.
4. LEONARDO BATISTA DE ALMEIDA, 46 anos, casado, filho de Raimundo de Souza e Luiza Batista. Morreu devido a agressão no rosto de algum instrumento pérfuro-cortante (faca, punhal, etc).
5. GRACIANO OLIMPIO DE SOUZA (BADÉ), 46 anos, casado, (não consta a filiação). O laudo cadavérico descreve a morte como decorrente de tiro na cabeça. Foram encontradas ainda lesões típicas de defesa, caracterizando execução sumária.
6. JOSÉ RIBAMAR ALVES DE SOUZA, 22 anos, filho de Miguel Arcanjo de Souza e Luzia Alves de Souza. Descreve o laudo cadavérico que foi alvejado com dois projéteis de arma de fogo, um dos quais, à “queima-roupa”, pois o tiro se apresentava como sendo de perto, perfazendo uma trajetória de cima para baixo. O outro na região lateral direita do abdomen.
7. OZIEL ALVES PEREIRA, 17 anos, solteiro, filho de Alderino Alves Pereira e Luiza Alves Pereira. Consta dos autos o depoimento de nove testemunhas que afirmam terem presenciado a detenção de Oziel. A vítima foi presa, algemada e espancada pelos policiais militares Pargas, Pinho e Vanderlan, na companhia de outros dois PMs. Conduziram-no arrastado pelos cabelos até um ônibus da empresa Transbrasiliana. A vítima foi algemada com as mãos para trás, impossibilitando qualquer meio de defesa. O laudo cadavérico descreve quatro tiros, três na cabeça e um no peito.
8. MANOEL GOMES DE SOUZA, 49 anos, casado, (não consta a filiação). A vítima recebeu, segundo laudo, três disparos de arma de fogo, todos na cabeça, caracterizando a vontade deliberada de execução.
9. LOURIVAL DA COSTA SANTANA, 26 anos, casado, filho de José Ferreira Santana e Francisca Xavier da Silva. Recebeu um disparo de arma de fogo no peito, perfurando o coração.
10. ANTONIO ALVES DA CRUZ, 59 anos, casado, filho de Cristina Alves de Souza (não consta o nome do pai). Segundo o laudo cadavérico, a vítima recebeu dois disparos de arma de fogo no peito.
11. ABÍLIO ALVES RABELO, 57 anos, casado, filho de João Rabelo e Rosália Rabelo. Morreu com seis tiros, em diversas regiões do corpo.
12. JOÃO CARNEIRO DA SILVA, fotógrafo, morava em Parauapebas (não constam outros dados). O laudo cadavérico descreve como causa da morte o esmagamento do crânio e também dos ossos do braço.
13. ANTONIO, CONHECIDO COMO “IRMÃO”, (não constam outros dados). Morreu com três tiros pelas costas, sendo um no pescoço.
14. JOSÉ ALVES DA SILVA, 65 anos, viúvo, filho de Carlito Alves da Silva e Januária da Silva. O laudo cadavérico informa que a causa da morte é hemorragia na região do toráx. O projétil fez um trajeto da esquerda para a direita, de diante para trás e de cima para baixo. Caso típico de execução sumária.
15. ROBSON VITOR SOBRINHO, 25 anos, casado, filho de Maria Antonia Vitor Sobrinho (pai não declarado). O laudo descreve que a vítima foi alvejada por quatro tiros, dentre eles, dois foram disparos à “queima-roupa” pelas costas. As “zonas de tatuagem” encontradas nas costas do vitimado atestam e confirmam a execução.
16. AMÂNCIO DOS SANTOS SILVA, 42 anos, solteiro, filho de João Rodrigues e Laurinda Rodrigues da Silva. O laudo cadavérico descreve como causa da morte hemorragia intracraniana.
17. VALDEMIR FERREIRA DA SILVA, conhecido como “Bem-Te-Vi”, (não constam outros dados);
18. JOAQUIM PEREIRA VERAS, 32 anos, solteiro, filho de Raimundo Souza Sobrinho e Adelaide Maria Conceição. O laudo cadavérico relata duas feridas características de orifícios de entrada de projéteis de arma de fogo.
19. JOÃO RODRIGUES ARAÚJO, (não consta a idade), casado, (não consta a filiação). Morreu de hemorragia, em consequência de ter recebido dois tiros nas regiões dos braços e várias apunhaladas de arma branca (punhal, faca, etc), nas regiões das pernas.
Fonte: www.mst.org.br
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