Trabalhadores e trabalhadoras protestam contra instalação de fábrica de cimento em Assentamento na Paraíba
Cerca de 400 agricultores e agricultoras de assentamentos da reforma agrária dos municípios de Conde, Pitimbu e Alhandra, na Paraíba, que formam a grande Mucatu realizaram no dia 25 de agosto uma manifestação pela ruas de Alhandra protestando contra a instalação de uma fábrica de cimento dentro de assentamentos.
Durante a caminhada, pelas ruas de Alhandra, os trabalhadores/as distribuíram uma carta aberta a população explicando a questão.
Além dos trabalhadores/as, representantes da Comissão Pastoral da Terra, o deputado estadual Frei Anastácio (PT), religiosos, representantes de sindicatos de trabalhadores rurais, o presidente da FETRAF Ednaldo Leite e o vereador do município, Valfredo José (PT), participaram das manifestações. “O deputado Branco Mendes anda dizendo que somos contra a fábrica.Isso não é verdade. Somos contra o local onde ele está querendo implantar a fábrica de cimento,que é dentro de terras que já foram desapropriadas pelo governo federal para a reforma agrária.Por que não instalam essa fábrica em outra área”, indaga o deputado Frei Anastácio.
As manifestações dos agricultores/as teve o objetivo de conscientizar os moradores da zona urbana de Alhandra sobre a construção da fábrica de cimento na região da grande Mucatú.Segundo Frei Anastácio, não será vantagem para o município, pois a região é uma grande produtora de alimentos chegando a exportar para outros estados. Além disse, essa fábrica deixará mais de 2.000 famílias sem terra para produzir alimentos em troca de 500 empregos que, provavelmente, não serão absorvidos pelos moradores locais.
Uma parada estratégica da mobilização desta quita-feira foi em frente a prefeitura de Alhandra. “Isso foi para dizer que os agricultores estão unidos e que vão lutar mais uma vez pela terra e quantas vezes forem necessárias e eu estarei em toda luta”, anunciou Frei Anastácio.
O deputado lembrou ainda que aquelas terras foram conquistadas com muita luta, suor e sangue, como é o exemplo de Zé da Jaca que deu a vida por aquelas terras. O petista também disse que está do lado do povo de Mucatu: “Sou conhecedor dessa luta, mais ainda, sou um participante desta área de assentamento e fiz de tudo para que esse povo, hoje, tivesse as condições dignas que agora têm. Os filhos desses assentados hoje tem 20 ou 50 reais por dia para gastar da forma que bem entender e comida na mesa. O mais importante é que essas terras trouxeram para essas famílias foi dignidade”, afirmou o petista.
No encerramento da mobilização foi feita uma grande ciranda para comemorar o início de várias ações que os trabalhadores e trabalhadoras irão realizar para defender a grande Mucatu, tudo de forma pacífica e ordeira. “O pior de tudo é quer a Prefeitura de Alhandra tem processo na justiça pedindo a desapropriação de terras que já foram desapropriadas pelo governo federal, para reforma agrária. Mas, estamos lutando pela terra e vamos continuar lutando,para que essa fábrica seja instalada em outra área de Alhandra e não nos assentamentos”, reafirma Frei Anastácio.
Eis a carta distribuída pelos agricultores/as:
“Nós, agricultoras e agricultores de todas as comunidades e assentamentos da Arquidiocese da Paraíba, estamos aqui para dizer que não somos contra o desenvolvimento de Alhandra, nem dos demais municípios vizinhos (Caporã, Conde e Pitimbú). Nós queremos sim o desenvolvimento, mas não aceitamos um desenvolvimento com retrocesso, que destrua a Mãe Terra e que passe por cima dos nossos direitos.
A instalação de uma Fábrica de cimento, em áreas que já foram desapropriadas para a Reforma Agrária, representa voltar ao passado. Já foi até publicado que a área de exploração do calcário, matéria-prima para fazer o cimento, será cerca de 2.400 hectares.Isso compromete todas as áreas de assentamento. Assim, mais de 2.670 famílias de agricultoras e agricultores terão que sair de suas terras para dar lugar à Obra.
Quem não lembra dos tempos em que estas terras estavam controladas nas mãos de meia dúzia de proprietários? Quem não lembra da pobreza, da falta de trabalho, da falta de alimentos? Para onde vão as mais de 2.570 famílias que hoje moram e trabalham nas 27 comunidades e assentamentos destes municípios? Nós, agricultoras e agricultores produzimos toneladas de alimentos que abastecem as Feiras locais, as CEASAs de João Pessoa, Campina Grande, Recife e Fortaleza. Com certeza esses alimentos farão falta na mesa de toda a população.
Além disso, tem a questão ambiental. De acordo com pesquisas desenvolvidas pela UFRPE, esta região possui a maior reserva de água doce do litoral nordestino, ou seja, água para o consumo humano. Com a exploração deste tipo de atividade, toda essa água, as nascentes de rios e açudes serão destruídos. As matas e florestas que nós preservamos também serão destruídas por esta Fábrica. O que nós defendemos é o desenvolvimento com vida digna e respeito à Mãe Terra e aos nossos Direitos”.
Fonte: www.freianastacio.com.br
Durante a caminhada, pelas ruas de Alhandra, os trabalhadores/as distribuíram uma carta aberta a população explicando a questão.
Além dos trabalhadores/as, representantes da Comissão Pastoral da Terra, o deputado estadual Frei Anastácio (PT), religiosos, representantes de sindicatos de trabalhadores rurais, o presidente da FETRAF Ednaldo Leite e o vereador do município, Valfredo José (PT), participaram das manifestações. “O deputado Branco Mendes anda dizendo que somos contra a fábrica.Isso não é verdade. Somos contra o local onde ele está querendo implantar a fábrica de cimento,que é dentro de terras que já foram desapropriadas pelo governo federal para a reforma agrária.Por que não instalam essa fábrica em outra área”, indaga o deputado Frei Anastácio.
As manifestações dos agricultores/as teve o objetivo de conscientizar os moradores da zona urbana de Alhandra sobre a construção da fábrica de cimento na região da grande Mucatú.Segundo Frei Anastácio, não será vantagem para o município, pois a região é uma grande produtora de alimentos chegando a exportar para outros estados. Além disse, essa fábrica deixará mais de 2.000 famílias sem terra para produzir alimentos em troca de 500 empregos que, provavelmente, não serão absorvidos pelos moradores locais.
Uma parada estratégica da mobilização desta quita-feira foi em frente a prefeitura de Alhandra. “Isso foi para dizer que os agricultores estão unidos e que vão lutar mais uma vez pela terra e quantas vezes forem necessárias e eu estarei em toda luta”, anunciou Frei Anastácio.
O deputado lembrou ainda que aquelas terras foram conquistadas com muita luta, suor e sangue, como é o exemplo de Zé da Jaca que deu a vida por aquelas terras. O petista também disse que está do lado do povo de Mucatu: “Sou conhecedor dessa luta, mais ainda, sou um participante desta área de assentamento e fiz de tudo para que esse povo, hoje, tivesse as condições dignas que agora têm. Os filhos desses assentados hoje tem 20 ou 50 reais por dia para gastar da forma que bem entender e comida na mesa. O mais importante é que essas terras trouxeram para essas famílias foi dignidade”, afirmou o petista.
No encerramento da mobilização foi feita uma grande ciranda para comemorar o início de várias ações que os trabalhadores e trabalhadoras irão realizar para defender a grande Mucatu, tudo de forma pacífica e ordeira. “O pior de tudo é quer a Prefeitura de Alhandra tem processo na justiça pedindo a desapropriação de terras que já foram desapropriadas pelo governo federal, para reforma agrária. Mas, estamos lutando pela terra e vamos continuar lutando,para que essa fábrica seja instalada em outra área de Alhandra e não nos assentamentos”, reafirma Frei Anastácio.
Eis a carta distribuída pelos agricultores/as:
“Nós, agricultoras e agricultores de todas as comunidades e assentamentos da Arquidiocese da Paraíba, estamos aqui para dizer que não somos contra o desenvolvimento de Alhandra, nem dos demais municípios vizinhos (Caporã, Conde e Pitimbú). Nós queremos sim o desenvolvimento, mas não aceitamos um desenvolvimento com retrocesso, que destrua a Mãe Terra e que passe por cima dos nossos direitos.
A instalação de uma Fábrica de cimento, em áreas que já foram desapropriadas para a Reforma Agrária, representa voltar ao passado. Já foi até publicado que a área de exploração do calcário, matéria-prima para fazer o cimento, será cerca de 2.400 hectares.Isso compromete todas as áreas de assentamento. Assim, mais de 2.670 famílias de agricultoras e agricultores terão que sair de suas terras para dar lugar à Obra.
Quem não lembra dos tempos em que estas terras estavam controladas nas mãos de meia dúzia de proprietários? Quem não lembra da pobreza, da falta de trabalho, da falta de alimentos? Para onde vão as mais de 2.570 famílias que hoje moram e trabalham nas 27 comunidades e assentamentos destes municípios? Nós, agricultoras e agricultores produzimos toneladas de alimentos que abastecem as Feiras locais, as CEASAs de João Pessoa, Campina Grande, Recife e Fortaleza. Com certeza esses alimentos farão falta na mesa de toda a população.
Além disso, tem a questão ambiental. De acordo com pesquisas desenvolvidas pela UFRPE, esta região possui a maior reserva de água doce do litoral nordestino, ou seja, água para o consumo humano. Com a exploração deste tipo de atividade, toda essa água, as nascentes de rios e açudes serão destruídos. As matas e florestas que nós preservamos também serão destruídas por esta Fábrica. O que nós defendemos é o desenvolvimento com vida digna e respeito à Mãe Terra e aos nossos Direitos”.
Fonte: www.freianastacio.com.br
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