Militante dos Direitos Humanos é morto no Tocantins com sinal de tortura
A Polícia Civil investiga a morte do integrante da Comissão de Direitos Humanos do Tocantins Sebastião Bezerra da Silva, 40, encontrado na madrugada desta segunda-feira enterrado na área de uma fazenda no município de Dueré (228 km de Palmas).
Seu corpo apresentava sinais de violência em várias partes, de acordo com a polícia.
Representante regional do Movimento Nacional de Direitos Humanos, Silva atuou em casos polêmicos no Estado, como a denúncia contra policiais militares por prática de tortura e assassinatos.
Mais recentemente, esteve envolvido na apuração da responsabilidade sobre o linchamento de um preso numa delegacia do interior.
De acordo com relatos de membros da CDH e do coordenador da CPT (Comissão Pastoral da Terra) no Tocantins, Silvano Lima Rezende, Silva teve alguns dedos das mãos quebrados, dedos dos pés arrancados e havia sinais de agulhadas sob as unhas das mãos.
A declaração de óbito que a Folha teve acesso aponta "asfixia por estrangulamento" como causa da morte. "O crime foi cometido com requintes de crueldade", afirmou Rezende.
O advogado Sávio Barbalho, que atuava na comissão, disse que Silva foi visto pela última vez no sábado (26), quando retornava de Goiânia (GO). O carro em que viajava, um Fiat Uno que pertence à comissão, seus documentos e cartões de crédito não foram localizados.
"Ele esteve num hotel em Gurupi [sul do Tocantins] no sábado e disse que sairia para tomar um lanche e desapareceu. No quarto do hotel estavam alguns de seus pertences como máquina fotográfica, notebook e outras coisas", disse.
Segundo o coordenador da CPT, Silva relatou que sofria ameaças, mas desconhecia os autores. "Ele me disse que recebia ligações de gente que falava que sua hora estava chegando e que era para tomar cuidado com a família. Pedi que procurasse o Ministério Público, a comissão nacional [de Direitos Humanos], mas ele acreditava que pudessem ser apenas intimidações", disse.
LINCHAMENTO
Além da denúncia feita contra policiais militares de Gurupi (sul do TO) há seis anos, Silva atuou na apuração de responsabilidade sobre o assassinato de Leonílson Batista de Souza, 27, preso sob acusação de estupro e morte em Barrolândia (105 km de Palmas) em novembro do ano passado.
O rapaz de foi apontado como autor do crime contra Edia Rodrigues Siqueira, 18, vítima de abuso sexual e que foi atingida por 17 facadas. No dia seguinte ao fato, um grupo de cem pessoas invadiu a delegacia, rendeu os agentes penitenciários e matou o detento com golpes de paus, machado e foice.
NUNCA MAIS
Em nota, o grupo Tortura Nunca Mais, de São Paulo, lamentou a morte de Silva e declarou estar "profundamente indignado" com a morte do "companheiro no combate às violações dos direitos humanos".
"Exigimos investigação imediata, identificação e punição dos culpados", afirma a nota, divulgada pela presidente da entidade, Rose Nogueira. O grupo reivindica a federalização dos crimes de tortura, execução sumária e desaparecimento forçado.
CRISTIANO MACHADO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM PALMAS
DE SÃO PAULO
Veja link: Clique aqui
Fonte: www.mndh.org.br
Seu corpo apresentava sinais de violência em várias partes, de acordo com a polícia.
Representante regional do Movimento Nacional de Direitos Humanos, Silva atuou em casos polêmicos no Estado, como a denúncia contra policiais militares por prática de tortura e assassinatos.
Mais recentemente, esteve envolvido na apuração da responsabilidade sobre o linchamento de um preso numa delegacia do interior.
De acordo com relatos de membros da CDH e do coordenador da CPT (Comissão Pastoral da Terra) no Tocantins, Silvano Lima Rezende, Silva teve alguns dedos das mãos quebrados, dedos dos pés arrancados e havia sinais de agulhadas sob as unhas das mãos.
A declaração de óbito que a Folha teve acesso aponta "asfixia por estrangulamento" como causa da morte. "O crime foi cometido com requintes de crueldade", afirmou Rezende.
O advogado Sávio Barbalho, que atuava na comissão, disse que Silva foi visto pela última vez no sábado (26), quando retornava de Goiânia (GO). O carro em que viajava, um Fiat Uno que pertence à comissão, seus documentos e cartões de crédito não foram localizados.
"Ele esteve num hotel em Gurupi [sul do Tocantins] no sábado e disse que sairia para tomar um lanche e desapareceu. No quarto do hotel estavam alguns de seus pertences como máquina fotográfica, notebook e outras coisas", disse.
Segundo o coordenador da CPT, Silva relatou que sofria ameaças, mas desconhecia os autores. "Ele me disse que recebia ligações de gente que falava que sua hora estava chegando e que era para tomar cuidado com a família. Pedi que procurasse o Ministério Público, a comissão nacional [de Direitos Humanos], mas ele acreditava que pudessem ser apenas intimidações", disse.
LINCHAMENTO
Além da denúncia feita contra policiais militares de Gurupi (sul do TO) há seis anos, Silva atuou na apuração de responsabilidade sobre o assassinato de Leonílson Batista de Souza, 27, preso sob acusação de estupro e morte em Barrolândia (105 km de Palmas) em novembro do ano passado.
O rapaz de foi apontado como autor do crime contra Edia Rodrigues Siqueira, 18, vítima de abuso sexual e que foi atingida por 17 facadas. No dia seguinte ao fato, um grupo de cem pessoas invadiu a delegacia, rendeu os agentes penitenciários e matou o detento com golpes de paus, machado e foice.
NUNCA MAIS
Em nota, o grupo Tortura Nunca Mais, de São Paulo, lamentou a morte de Silva e declarou estar "profundamente indignado" com a morte do "companheiro no combate às violações dos direitos humanos".
"Exigimos investigação imediata, identificação e punição dos culpados", afirma a nota, divulgada pela presidente da entidade, Rose Nogueira. O grupo reivindica a federalização dos crimes de tortura, execução sumária e desaparecimento forçado.
CRISTIANO MACHADO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM PALMAS
DE SÃO PAULO
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Fonte: www.mndh.org.br
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