Mídia, violência, juventude e esperança
"A mídia ensina - excita, vende, distrai ,orienta, desorienta, faz rir, faz chorar, inspira, narcotiza, reduz a solidão - e num paradoxo digno de sua versatilidade, produz até incomunicação".
O debate sobre a influência da mídia na vida das pessoas não é novo; há tempos a sociedade brasileira já se deu conta que a grande mídia participa da formação das consciências, da construção do senso comum, das tomadas de decisão, especialmente, dos rumos do país. Por isso, é preciso dizer com objetividade: é a mídia uma das principais responsáveis diretas pela criminalização da juventude brasileira e, indiretamente, pelo seu extermínio – falamos especialmente da juventude negra e pobre.
As mulheres também são vítimas recorrentes, tendo seus corpos vendidos como objetos de consumo masculino. Um estereótipo é criado e são excluídas as que não o obedecem. Mulheres, na mídia, se convertem em mercadoria. E a juventude, como um todo, é evidenciada como uma das principais culpadas pela situação de violência do país, mesmo sendo sua principal vítima.
Contudo, é necessário que não percamos de vista um aspecto: a grande mídia é uma empresa. Como qualquer empresa, objetiva o lucro. O produto que vende são as propagandas, ou seja, tudo aquilo que aparece nos intervalos comerciais, pois, como sabemos são essas empresas que financiam a tevê, os jornais, as rádios.
Todo o conteúdo é eleito por um grupo muito pequeno de pessoas. São normalmente homens, brancos, adultos, de classe alta. É desse lugar que propõem o que passará nas rádios, nos jornais, na tevê. Ou seja, a definição do conteúdo da mídia passa longe da imensa maioria dos expectadores brasileiros, os pobres, as mulheres, os/as negros/as, os/as jovens, os/as operários/as. Os que decidem, decidem-no tendo como parâmetro o que dará mais audiência. Quanto mais o conteúdo é impressionante, aterrorizante, cruel, sangrento tanto mais o público se interessa, assiste e tanto mais a grande mídia fatura.
Interessante perceber que a situação atual do país favorece os grandes. Aí entendemos os seus esforços em manter as coisas como estão e em responsabilizar os jovens e os demais oprimidos por sua condição. E a vida das pessoas que têm seus dramas – mortes, assaltos, seqüestros, violências – televisionados, são profundamente desrespeitadas. Com os fatos distorcidos, suas vidas se transformam em ficção para prender as pessoas em frente ao televisor.
Vale recordar também os inúmeros casos que não são veiculados, mesmo sendo de profundo interesse social, como é o caso das tantas mortes diárias de jovens, especialmente negros, nas grandes periferias brasileiras, por violência policial. A mídia dominante que temos hoje não tem a preocupação de denunciar as injustiças para melhorar a vida das pessoas. A mídia quer vender, quer lucrar. Está a serviço daquela pequena elite econômica que domina a sociedade em nome de seus próprios privilégios e, portanto em nome da negação dos direitos de quase todos/as.
Mesmo assim, é preciso lembrar: a mídia pode cumprir um papel transformador da realidade. Com todo o seu potencial comunicador, ela pode ser ferramenta de cultura, de educação, de lazer, de informação, de mobilização, de vida. Não podemos compreendê-la como fato determinado; ela é assim e pronto. A sua transformação passa, em primeiro lugar, pela compreensão de que mudar é possível. São muitas as iniciativas fecundas em usar a comunicação como instrumento de resistência, de organização e de informação contextualizada, pela a libertação dos povos e pela construção de um mundo democrático e justo.
Tábata Silveira.
Fonte: www.juventudeemmarcha.org
O debate sobre a influência da mídia na vida das pessoas não é novo; há tempos a sociedade brasileira já se deu conta que a grande mídia participa da formação das consciências, da construção do senso comum, das tomadas de decisão, especialmente, dos rumos do país. Por isso, é preciso dizer com objetividade: é a mídia uma das principais responsáveis diretas pela criminalização da juventude brasileira e, indiretamente, pelo seu extermínio – falamos especialmente da juventude negra e pobre.
As mulheres também são vítimas recorrentes, tendo seus corpos vendidos como objetos de consumo masculino. Um estereótipo é criado e são excluídas as que não o obedecem. Mulheres, na mídia, se convertem em mercadoria. E a juventude, como um todo, é evidenciada como uma das principais culpadas pela situação de violência do país, mesmo sendo sua principal vítima.
Contudo, é necessário que não percamos de vista um aspecto: a grande mídia é uma empresa. Como qualquer empresa, objetiva o lucro. O produto que vende são as propagandas, ou seja, tudo aquilo que aparece nos intervalos comerciais, pois, como sabemos são essas empresas que financiam a tevê, os jornais, as rádios.
Todo o conteúdo é eleito por um grupo muito pequeno de pessoas. São normalmente homens, brancos, adultos, de classe alta. É desse lugar que propõem o que passará nas rádios, nos jornais, na tevê. Ou seja, a definição do conteúdo da mídia passa longe da imensa maioria dos expectadores brasileiros, os pobres, as mulheres, os/as negros/as, os/as jovens, os/as operários/as. Os que decidem, decidem-no tendo como parâmetro o que dará mais audiência. Quanto mais o conteúdo é impressionante, aterrorizante, cruel, sangrento tanto mais o público se interessa, assiste e tanto mais a grande mídia fatura.
Interessante perceber que a situação atual do país favorece os grandes. Aí entendemos os seus esforços em manter as coisas como estão e em responsabilizar os jovens e os demais oprimidos por sua condição. E a vida das pessoas que têm seus dramas – mortes, assaltos, seqüestros, violências – televisionados, são profundamente desrespeitadas. Com os fatos distorcidos, suas vidas se transformam em ficção para prender as pessoas em frente ao televisor.
Vale recordar também os inúmeros casos que não são veiculados, mesmo sendo de profundo interesse social, como é o caso das tantas mortes diárias de jovens, especialmente negros, nas grandes periferias brasileiras, por violência policial. A mídia dominante que temos hoje não tem a preocupação de denunciar as injustiças para melhorar a vida das pessoas. A mídia quer vender, quer lucrar. Está a serviço daquela pequena elite econômica que domina a sociedade em nome de seus próprios privilégios e, portanto em nome da negação dos direitos de quase todos/as.
Mesmo assim, é preciso lembrar: a mídia pode cumprir um papel transformador da realidade. Com todo o seu potencial comunicador, ela pode ser ferramenta de cultura, de educação, de lazer, de informação, de mobilização, de vida. Não podemos compreendê-la como fato determinado; ela é assim e pronto. A sua transformação passa, em primeiro lugar, pela compreensão de que mudar é possível. São muitas as iniciativas fecundas em usar a comunicação como instrumento de resistência, de organização e de informação contextualizada, pela a libertação dos povos e pela construção de um mundo democrático e justo.
Tábata Silveira.
Fonte: www.juventudeemmarcha.org
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