Teve início na última segunda-feira, 28, e vai até o final da tarde de hoje, 30, no Instituto São Boaventura, em Brasília, o seminário do Regional Centro-Oeste da CNBB (Tocantins, Goiás e Distrito Federal) sobre “Mudanças Climáticas e Justiça Social”. O evento é promovido pela Comissão Episcopal Pastoral para a Caridade, Justiça e Paz da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e está previsto outros três seminários: um na Amazônia, que falará sobre o bioma amazônico; outro no Recife (PE), que abordará o a Mata Atlântica e o bioma Costeiro e o último em Lages (SC), que falará sobre o bioma dos pampas.

Segundo a assessora da Comissão, irmã Delci Maria Franzen, o seminário de Brasília trata da realidade do Cerrado relacionado com as mudanças climáticas, a conservação do meio ambiente e o avanço do capital no desmatamento. “Os seminários sobre Mudanças Climáticas e Justiça Social são parte de um projeto da CNBB, em parceria com a Misereor (organização internacional que atua em diversos países contra no combate a fome e as doenças no mundo), que se dedicam ao estudo das questões climáticas em todo o mundo”.

Para a diretora institucional da Organização Não Governamental (ONG) Paz, Natureza e Pantanal e participante da diocese de Corumbá (MS), Alícia Viviana Mendez, o evento é importante para se debater entre outros aspectos, a condição dos ribeirinhos e das populações tradicionais, pois, segundo Alicia, são essas populações as primeiras a sentirem os impactos das mudanças climáticas. “As populações tradicionais e ribeirinhas são as primeiras atingidas pela escassez de chuvas ou o contrário, por isso devemos olhá-los com muito mais carinho e atenção. São populações importantes para a conservação e conscientização das pessoas pela preservação da mata ciliar e das florestas”.

O professor da Pontifícia Universidade Católica de Goiás, Altair Sales Barbosa, palestrou sobre o Cerrado e as condições dos aquíferos do Brasil. “A destruição do Cerrado tem uma importância capital para o equilíbrio desse fenômeno (Mudanças Climáticas e Efeito Estufa), porque o Cerrado é um tipo de vegetação que promove o equilíbrio do planeta terra, pois é a vegetação que mais sequestra carbono da atmosfera. Como atualmente temos uma grande quantidade de carbono concentrado na atmosfera, a importância do Cerrado no sequestro desse elemento é fundamental para o equilíbrio da vida humana, dos animais e vegetais no planeta”, ressaltou o professor.


Fonte: www.cnbb.org.br