Por Rosângela Pezoti, especial para o site

São Paulo (SP) - Centenas de pessoas estiveram presentes e participaram da Via Sacra do Povo da Rua que, neste ano, teve como lema: “Paixão de Cristo, paixão do povo da rua”. Por todo o caminho, cantos, orações e reflexões lembravam o sofrimento de Cristo revivido, hoje, por aqueles que vivem nas ruas e calçadas da cidade.

A concentração iniciou-se no Largo São Bento, onde Frei José Alamiro refletiu sobre as palavras ouvidas por Jesus durante sua condenação e morte. Cantando a música “Cale-se” de Chico Buarque, lembraram-se as frases e os sons que a população em situação de rua escuta no seu dia-a-dia, bem como, o desejo de escutar um “obrigado” ou um “bom dia”.

A caminhada seguiu para as paradas da Praça do Patriarca e do Largo São Francisco onde, minutos antes da chegada da Via Sacra, a Guarda Civil Metropolitana havia retirado agressivamente cobertores e roupas das pessoas que se encontravam neste local.

A última parada deu-se na Praça da Sé, com a leitura do Evangelho que narra a Morte de Jesus, sendo lembrados todos aqueles que nos últimos anos morreram de forma violenta nas ruas de São Paulo.

Especialmente, fez silêncio pelos dois moradores de rua que, na última semana, foram mortos a pauladas na região do Brás enquanto dormiam.

Ao término da Via Sacra, todos seguiram para o Centro Franciscano de Reinserção Social para um momento de confraternização. Padre Júlio Lancelotti, da Pastoral do Povo da Rua, refletiu que, “apesar da dor que vivemos no nosso dia-a-dia, a Páscoa nos mostra que o importante é ter esperança. Pois, só a esperança nos impulsiona a lutar”.


Fonte: www.franciscanos.org.br