REFLEXÃO FRANCISCANA PELA PAZ
Considerando que o mês de outubro representa na vida franciscana algo muito relevante para sua essência na caminhada, sendo nele comemorada vida e morte do seráfico inspirador São Francisco de Assis, aproveita-se o oportuno momento para o exercício da ativa reflexão sobre um dos aspectos mais fascinantes dos princípios que animam o carisma franciscano: a PAZ.
Os caminhos tomados pela humanidade estão cada vez mais distantes dessa doce e tão sonhada palavra; os seres humanos, profundamente imersos em seu individualismo exacerbado contribuem para o surgimento de sentimentos propícios e a situações extremamente conflituosas.
Nos países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento, um dos elementos-chave para a compreensão da quase inexistência de pacifismo é a extrema desigualdade social, atrelada aos altos índices de pobreza e miséria, o que contribui para a disseminação de problemas como a violência. Lugares em que as políticas públicas de assistência básica ao ser humano são estruturadas e aplicadas de forma precária constituem-se ótimos espaços para reprodução em larga escala de cenários de guerra, em que homens são brutalmente reduzidos a verdadeiras máquinas de destruição, atentando, inclusive, contra a vida de seu semelhante.
Um aspecto igualmente relevante à busca pela PAZ diz respeito às questões socioambientais, que podem gerar perfeitos cenários de guerra e desamor. O planeta tem sido tratado de forma cruel, soma de altas doses do “racionalismo” empresarial e da politicagem ou politicalha praticada por seres desprovidos da compaixão pelo próximo e pela casa que lhe sustenta e abriga, a Terra. Degradação ambiental também é sinônimo de guerra, logo, a preocupação com o equilíbrio planetário e local deve ser intimamente associada ao interesse pela PAZ e pelo BEM da humanidade.
Diante do exposto sugere-se que mais reflexões dessa natureza sejam feitas, resultando em críticas coletivas e construtivas, capazes de mobilizar parcelas da sociedade em prol do objetivo comum, intensamente almejado: a PAZ verdadeira. Pequenos atos, quando multiplicados, possuem o poder de transformar realidades. Independente de credo, etnia, orientação sexual, idade, todos os homens tem direito ao respeito, além disso, todos tem o dever de zelar pela harmonia, pelo espírito de companheirismo, da ajuda mútua, do respeito para com todas as formas de vida, por menor e desprezível que esta aparente ser.
Uma questão jamais deve ser esquecida na luta pela PAZ: tudo no mundo está interligado, integrando a dinâmica indispensável à manutenção da vida, portanto, destruir é sinônimo de desequilibrar, o que afeta a vida do próprio homem, que de forma equivocada, considera-se superior às outras espécies.
Fabiana Pereira Correia
Subsecretária Regional de Direitos Humanos,
Justiça, Paz e Integridade da Criação
Regional Maranhão (NEA1)
São Luís, 09.10.2009
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