Moradores e moradoras protestam contra
remoções de moradias em comunidades

O Brasil está passando por grandes intervenções para as Olimpíadas-2016 e a Copa do Mundo-2014 e, antes disso, sediará de 4 a 6 de junho de 2012, no Rio de Janeiro-RJ, a Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, que tratará basicamente sobre dois temas: uma economia verde e o enquadramento institucional no contexto do desenvolvimento sustentável e a erradicação da pobreza.

Porém, segundo informações do Relatório “Direitos Humanos no Brasil-2010”, da Rede Social de Justiça e Direitos Humanos, cresce o número de conflitos sócio-ambientais com a implantação de grandes projetos infra-estruturais ligados ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e a interesses econômicos regionais e locais, reforçando a concentração da riqueza nas mãos de grandes corporações transnacionais, gerando o aumento da pobreza para a maioria dos trabalhadores/as e a violação permanente dos Direitos Humanos.

Em Brasília-DF, JUFRA na manifestação contra
a construção da Usina de Belo Monte
(2011)

Neste processo, afirma o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), que os recursos naturais passam a ser controlados pelas grandes empresas, que utilizam as terras (para produção, principalmente, de agrocombustíveis, celulose e alimentos), a água (rios, para construção de hidrelétricas), os minérios e a biodiversidade (especialmente, as sementes) e a energia, reproduzindo um modo de exploração do meio ambiente e do trabalho humano.

Portanto, o desafio é o aprofundamento crítico sobre o tema da Economia Verde, na perspectiva da Justiça Sócio-Ambiental, a ser feita por organizações da sociedade civil e movimentos sociais, pastorais e populares de todo o Brasil e do mundo, num processo que culmine na realização do evento autônomo e plural, denominado “Cúpula dos Povos da Rio+20 por Justiça Social e Ambiental”, paralelo à Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável.

JUFRA se manifesta em Santarém-PA contra a
construção de barragens no Rio Tapajós (2010)

Em contraponto aos sistemas econômicos, faz-se necessário a incorporação de princípios, valores e instrumentos que assegurem a justiça e equidade social e a sustentabilidade e integridade ambiental, pois há o risco de transformação da pauta do desenvolvimento sustentável em uma etapa de reinvenção do sistema econômico dominante, que aposta apenas nas oportunidades de mercado e agrava as causas estruturais da degradação ambiental e das desigualdades sociais, há também a emergência de um novo paradigma.

Destaca-se o papel dos diversos grupos da sociedade civil e dos povos do planeta, suas lutas por direitos e por justiça sócio-ambiental, fortalecendo dinâmicas de cooperação, organização plural, unidade e integração nas diversidades da sociedade civil.