Dezenas de pessoas vindas de todas as regiões de São Paulo reuniram-se, no Centro Franciscano de Reinserção Social, para celebrar a memória dos irmãos e irmãs em situação de rua que morreram vítimas da violência e, para denunciar, a falta de políticas públicas que atendam às necessidades desta população.

Átila Pinheiro, representante do Movimento Nacional da População de Rua, acolheu os presentes, lembrando que “estamos em um momento de lutar, não de desanimar”. Frei José Francisco C. dos Santos, em nome do Sefras, também deu as boas vindas, convidando a todos para a partilha com um café da manhã.

Na sequência, Anderson Lopes, também do Movimento Nacional da População em Situação de Rua, fez um resgate das lutas e conquistas da população de rua nas últimas décadas, explicando as motivações para a marcha que será realizada em Brasília na próxima semana. No dia 24, caravanas de todo o Brasil estarão em Brasília para reivindicar a efetivação de políticas públicas que respondam às necessidades da população de rua.

Após estas motivações, o grupo seguiu em caminhada até as escadarias da Catedral da Sé, onde se lembrou os nomes daqueles que morreram nas ruas vítimas da violência. Também, de forma simbólica, Padre Júlio Lancelotti da Pastoral do Povo Rua, propôs que todos se sentassem nas escadarias da catedral, lembrando que “a igreja é do povo e que Jesus está junto ao povo que sofre”. Nos últimos meses, a Guarda Civil Metropolitana tem impedido a população de rua de sentar nas escadarias da Catedral da Sé e em diversos outros locais da cidade. No encerramento, flores foram deixadas na porta da Catedral.

Este é o sexto ano do Ato pela Vida que acontece em memória da Chacina da Sé, ocorrida em 2004, onde 15 moradores de rua foram atacados de forma violenta e, sete morreram. Ninguém, até hoje, foi condenado ou respondeu por estas mortes e muitas outras que aconteceram na cidade de São Paulo após esta data.


Fonte: www.franciscanos.org.br