Durante os dias 28 e 29 de julho aconteceu, em Brasília-DF, a Reunião Ampliada do Comitê Nacional em Defesa dos Territórios Frente à Mineração. Com o tema: “A Resistência e Luta Contra o Modelo Mineral Brasileiro em Tempos de Ruptura Democrática”, o encontro abordou os desafios e as ações nesse contexto tão difícil de perda de direitos e de rompimento democrático.

Segundo Daniele Silva, Secretária Nacional de Comunicação Social, Registro e Arquivo e representante da Jufra do Brasil na reunião, foram debatidos a movimentação internacional da mineração do ponto de vista econômico no cenário pós boom; as implicações do momento político brasileiro à pauta da mineração; as questões relacionadas ao direito, saúde e segurança do trabalhador da mineração, onde foram apontados os vários problemas que atingem a classe trabalhadora incluindo  uma familiarização com a triste situação das mulheres que trabalham nesse setor e a questão do rompimento da barragem de Fundão em Mariana-MG em novembro de 2015 que provocou o maior desastre ambiental da história brasileira e que continua trazendo problemas que ultrapassam o ponto  de vista ecológico. Até o momento pouco foi feito e a população local, bem como a de cidades e Estados vizinhos ao local do acidente, continuam sofrendo com a poluição da água, morte e contaminação de pescados, problemas de saúde relacionados ao contato com a lama seja na época do ocorrido ou agora quando a poeira se espalha pelo ar e promove o aumento de doenças respiratórias, injustiças na área trabalhista, desemprego além do imenso mar de lama que continua a avançar no oceano.

A expansão da mineração no Brasil nos últimos 10 anos tem trazido impactos significativos para as comunidades e o meio ambiente. De várias partes de nosso território ressoam denúncias de injustiças socioambientais provocados pela mineração e sua cadeia produtiva, de transformação, escoamento e exportação.

Nesse contexto, o Comitê foi lançado no dia 29 de maio de 2013 e é composto por diversas organizações de trabalhadores/as das minerações, quilombolas, assentados/as e agricultores/as familiares, povos indígenas, ribeirinhos/as, pescadores/as, cidadãos/ãs e comunidades atingidas e ameaçadas pela cadeia da mineração e organizações não governamentais. A Jufra do Brasil e o Sinfrajupe compõem a articulação desde o seu lançamento.